Nas minhas mais diversas áreas de interesse encontro personalidades de esquerda. Fico realmente intrigado com o fato de existirem tantos nomes consolidados com essa posição. Na filosofia, os meus preferidos são Aristóteles e Nietzsche, dois dos maiores pensadores de todos os tempos. No mundo correlato da ciência, temos ninguém menos do que Isaac Newton, Leonardo Da Vinci, Albert Einstein e Marie Curie, gênios de esquerda na produção de conhecimento.
Nas artes também encontramos gente de peso. Dentre os maiores nomes da música clássica, Ludwig Van Beethoven e Johann Sebastian Bach compunham o grupo de excepcionais homens de esquerda. Na literatura, Adam Douglas e Lewis Carrol não deixam por menos, bem como no cinema encontramos ícones como Charles Chaplin, Greta Garbo, Shirley Maclaine, Robert De Niro e Morgan Freeman. Além disso, o grande Pablo Picasso compõe o conjunto na área da pintura.
Grandes figuras da história mundial, pelo seu heroísmo e grandeza podem ser destacados neste espectro de singularidades, como Júlio César, Alexandre Magno, Tibério e Mahatma Ghandi.
Não poderíamos esquecer a condição da música contemporânea, toda ela marcada por artistas de esquerda, especialmente no estilo rock´n roll. Achamos aí Paul MacCartney, o autor da música mais executada de todos os tempos, Yesterday. Incluem-se ao seu lado Jimi Hendrix, o maior guitarrista de todos os tempos e Ringor Star, o baterista que compôs o quarteto de Liverpool ao lado de MacCartney. São muitos os nomes nesta área: Kurt Cobain, Phil Collins, Bob Geldof, David Bowie e Toni Iommi, por exemplo. No Brasil, aparecem divindades musicais como Baden Powell, um dos maiores violonistas de todos os tempos e Edgard Scandurra.
Quem poderíamos destacar no esporte? Ah, tem muitos nomes, desde Lionel Messi, a Roberto Rivelino, Roberto Carlos e Jimmy Connors. Se observarmos bem, ainda acharemos outros nomes.
Isso tudo prova que as pessoas de esquerda dominam o cenário mundial em todos os campos da vida, na filosofia, nas artes, no esporte, etc. Todos os nomes citados acima são exemplos de como as posições de esquerda podem fazer com que alguém se destaque na história. Eles eram ou são todos canhotos.
Agora, ser de esquerda não é a mesma coisa que ser “da esquerda”. Alguns que estão nomeados aqui tinham predisposição para posições políticas da esquerda, mas nem todos. Ser da esquerda são outros quinhentos. E o debate sobre o que isso significa hoje em dia está longe de definir quem é e quem não é. Podemos fugir das posições ortodoxas e inflexíveis (sectárias) para nos considerarmos da esquerda de fato. Ou então, ficar reproduzindo os jargões de sempre, como portadores de carteirinhas em clubinhos fechados. Mas o fato é que, entre adesismos baratos e posições conscientes há um grande território a percorrer.
Eu prefiro destacar os meus nomes, que julgo seguras referências para o pensamento da esquerda: Edward Palmer Thompson, Eric Hobsbawm, Paulo Freire, Florestan Fernandes, dentre outros. Incorruptíveis nos princípios, seguros na produção do conhecimento, não adesistas por natureza (ingovernáveis na liberdade de conhecimento) e cumpridores fiéis de um legado que se perde a cada dia, não por desejo dos homens e mulheres da esquerda, mas devido ao avanço das forças conservadoras.
Repensar a tradição esquerdista que advém das grandes transformações ocorridas nos campos econômico e políticos de fins do século 19, exige um esforço de liberdade crítica e de disposição sincera para não aderir aos mesmos mecanismos perversos do conservadorismo da direita: perseguições, falta de solidariedade, indisposição para o diálogo e incapacidade para ler a história como um campo aberto, cheio de possibilidades.